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Tempo chuvoso favorece culturas perenes e safrinha

A primeira semana do outono teve tempo chuvoso e temperatura amena em grande parte do Estado de São Paulo. Foram registradas chuvas em todas as localidades e a precipitação acumulada no período superou 100 milímetros em Campinas, Pariquera-Açu e Tietê.

A temperatura máxima caiu em relação às semanas anteriores e ficou abaixo de 30 graus.

Ao contrário de fevereiro, o mês de março teve chuvas acima da média na maior parte do Estado e, mesmo nos locais onde a chuva não alcançou a marca histórica, o acumulado do mês ficou acima de 70% do valor esperado.

Os maiores volumes foram registrados em Campinas e Mococa.

Em Campinas, a chuva de março foi maior que o dobro do volume esperado – 147 milímetros.

As reservas de água no solo, que vinham em queda até meados de março, tiveram importante elevação nas duas últimas semanas, beneficiando as lavouras perenes e as culturas de safrinha semeadas até o início deste mês.

Para os pecuaristas, apesar das chuvas, continua a preocupação com a alimentação do gado, pois, mesmo com a umidade elevada, a taxa de crescimento das pastagens é baixa por causa da queda da temperatura.

Apenas na região oeste, onde estão Presidente Prudente e Adamantina, o volume de chuva não foi suficiente para elevar a umidade do solo a níveis adequados para o desenvolvimento da maioria das culturas. As lavouras de milho safrinha, amendoim e girassol semeadas recentemente sofrem com a falta de água e os níveis de produtividade devem ser baixos.

Nessa região, nos canaviais em fase final de maturação o corte deve ocorrer em abril e as condições para o tráfego de máquinas e para o trabalho manual são bons.

CANA-DE-AÇÚCAR

Nos canaviais de Piracicaba, Jaú, Limeira e Tietê, a temperatura elevada e chuva bem distribuída desde de dezembro favoreceram o desenvolvimento da cana-de-açúcar e a perspectiva de rendimento é elevada. Entretanto, os meses de abril e maio são importantes para a definição do potencial de produção da cultura – temperatura elevada e chuva suficiente para manter a umidade do solo acima de 50% são as condições esperadas para a obtenção de níveis ótimos de produtividade.

As condições do tempo e a umidade do solo elevada dificultaram a semeadura dos adubos verdes, utilizados para a formação de palhada para as áreas cultivadas em sistema de plantio direto. Também houve dificuldade para a aplicação de herbicidas e para a capina nas lavouras de milho safrinha e de sorgo em Guaíra e Barretos, para os tratamentos fitossanitários nos bananais de Pariquera-Açu e Registro, e para a colheita da uva em Louveira e Jundiaí.

Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (trabalho desenvolvido com o Instituto Agronômico – IAC. Mais informações sobre clima e agricultura em São Paulo, acesse: http://ciiagro.iac.gov.br)