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Tetracombustível vai ser lançado este ano

No fim do ano, carros brasileiros começarão a rodar com motor tetracombustível. A tecnologia é uma evolução do bicombustível, que permite abastecer o tanque com álcool ou gasolina. No tetra, há mais duas opções: o gás natural (GNV) e a nafta (gasolina pura), usada em países como Argentina e Chile. O Brasil já negocia a exportação desse sistema, assim como o do bicombustível, que pode ser adotado na China. Uma grande montadora iniciará a produção em série de veículos tetracombustível, sistema desenvolvido pela Magneti Marelli, empresa do grupo Fiat que atende fabricantes no País. Será adotado em carros de médio e de grande porte, com porta-malas capaz de receber cilindros de gás. O nome da montadora ainda é segredo, diz o presidente da Marelli no Brasil Silvério Bonfiglioli.

O executivo negocia a exportação do sistema. Entre os principais clientes estão países do Oriente Médio, principalmente o Irã, onde há gás em abundância. A América Latina é potencial compradora. “Será o carro Mercosul”, compara Bonfiglioli. Segundo ele, cerca de 22 mil veículos movidos a gasolina são adaptados mensalmente para usar gás nos países da região. O produto de fábrica, diz ele, custará em média 30% menos que o serviço de transformação.

O desenvolvimento do tetra consome investimentos de R$ 9 milhões, mesmo valor gasto para o lançamento do bicombustível. Uma central eletrônica comanda a distribuição do combustível, sem que o usuário precise acionar uma chave, como ocorre hoje nos veículos que passam por transformação. O carro sairá de fábrica com o sistema, que impede qualquer tipo de adulteração ou pirataria. Hoje, a adaptação do GNV é feita por terceiros.

A matriz italiana da Marelli escolheu o Brasil como centro de desenvolvimento de combustíveis alternativos. Depois do sucesso do flex, que em dois anos deverá equipar a maioria dos novos modelos fabricados no País, a matriz encomendou o projeto do tetra. O sistema da empresa equipa hoje 61% dos automóveis bicombustíveis que rodam pelo País. Neste mês, técnicos brasileiros foram para a China assessorar a subsidiária daquele país no desenvolvimento da tecnologia flex. A China é o mercado automobilístico que mais cresce no mundo. O álcool é produzido do arroz. Algumas regiões já adotam a mistura de 20% a 30% de álcool na gasolina, mas a intenção é ampliar o uso, menos poluente em relação à gasolina.