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Após o ataque na Arábia, o que deve acontecer com o mercado mundial de petróleo?

Confira avaliações de especialista da INTL FCStone

Foto: Ph B/Unsplash
Foto: Ph B/Unsplash

O que deve acontecer com o mercado mundial de petróleo após o ataque, no último sábado, às plataformas da Arábia Saudita?

Thadeu Silva, especialista da INTL FCStone, apresenta 10 comentários.

Confira:

  • Temos algumas informações sobre o impacto do ataque na produção, mas ainda há bastante dúvidas sobre a origem do míssil/drone.
  • Temos dois níveis de impactos a serem analisados:                                                                                                    O primeiro se refere a pressão na oferta global que passa a valer no curto prazo                                                  E depois temos as consequências geopolíticas entre Irã-Arábia Saudita e EUA, que podem ainda ser mais séries.

 

  • O ataque cortou a produção saudita em 5,7 milhões de barris por dia, a perspectiva é que leve algumas semanas para a produção normalizar (7-10 dias para 1/3 do volume e até um mês para o restante).

 

  • O prazo tende a gerar pressão no balanço global e reduzir estoques, em um primeiro momento já temos uma alta de 7-10 US$$/bbl na abertura (perto das 17h desta segunda-feira no horário de Brasília).

 

  • Nos próximos dias teremos um prazo, se for de menos de um mês mantem o preço cerca de US$ 5 acima e depois começa a devolver.                                                                                                                                              Se for mais longo, vai afetar os estoques para o inverno e pode provocar uma alta mais prolongada.

Terreno para sanções

 

  • O segundo nível ainda é uma incógnita, os EUA acusam o Irã de ter lançado os misseis, os persas negam e alegam que foi um ataque rebelde do Iêmen.

 

  • Se o envolvimento do Irã for provado, teremos terreno para sanções mais séries dos EUA (algum tipo de intervenção militar não é descartado) e o mercado global perde a esperança de ter o volume dos persas de volta.

 

  • Nesse caso, o preço vai subir de patamar por um prazo mais longo e não teremos folga no balanço até o próximo ano.

 

  • A reunião entre Trump e Rouhani na ONU, que deixava um viés baixista nos preços, já parece algo muito distante (não irá ocorrer) e é a primeira consequência que deve ficar.

 

  • A divergência de preço do Brent na abertura mostra o quanto ainda falta de informações, em menos de 20 min a cotação já oscilou entre US$67-72/bbl.

 

  • Se a volta a produção for rápida e o Irã não estiver envolvido, podemos trabalhar com uma alta de US$ 5 e começa a devolver a partir daí.

 

  • Volta da produção lenta, com envolvimento do Irã, podemos trabalhar com altas acima de US$10 por bbl.