Nos próximos 50 anos, a demanda por energia deve dobrar, enquanto a população mundial aumentará em 1,5 bilhão, segundo o diretor de Desenvolvimento de Negócios da CH2M Hill, multinacional especializada em projetos de energia, Rob Smith. O etanol pode ser um elemento fundamental para que essa demanda possa ser atendida sem danos posteriores ao meio ambiente, dizem especialistas.
Segundo Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), desde a década de 1970, o etanol de cana proporcionou a redução estimada de 600 milhões de toneladas de dióxido de carbono, equivalente ao plantio de pelo menos 2 bilhões de árvores. No Brasil, estima-se que cerca de 45 milhões de toneladas do gás poluente deixaram de ser emitidas desde 2003, quando foram popularizados os veículos bicombustíveis.
– Entre 2004 e 2008, a frota de veículos flex fuel em São Paulo economizou cerca de 35 milhões de toneladas de dió xido de carbono. A utilização de etanol por essa frota equivaleria ao plantio de cerca de 110 milhões de árvores – disse o governador de São Paulo, José Serra, na abertura do Ethanol Summit 2009.
A produção mundial de cana-de-açúcar concentra-se principalmente nas regiões tropicais, especialmente nas nações em desenvolvimento da América Latina, África e sul e sudoeste da Ásia, em um total de aproximadamente cem países produtores.
A produção de etanol no Brasil superou 22,5 bilhões de litros na safra 2007/2008, um aumento de 27% em relação à safra 2006/2007. A exemplo dos anos anteriores o mercado interno absorveu cerca de 84% dessa produção, sendo que os 3,6 bilhões de litros restantes foram dirigidos à exportação, segundo dados apresentados no Ethanol Summit.
O etanol e o bagaço da cana representam 16% da matriz energética brasileira. A receita bruta anual do açúcar e etanol no país gira em torno de US$ 20 bilhões, dos quais, na safra 2007/2008, cerca de 54% for am provenientes da venda de etanol, 44% da venda de açúcar e os 2% restantes pela bioeletricidade vendida no mercado interno. Estima-se que a produção brasileira de cana para todas as finalidades – açúcar, etanol e bioeletricidade – atinja 1 bilhão de toneladas até 2020.