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Armazenagem demanda investimentos

O setor de armazenagem deve ser a “bola da vez” na área de infra-estrutura no setor rural, devendo concentrar os investimentos de governos e empresas nos próximos anos. A estimativa é do diretor-presidente do grupo gaúcho Kepler Weber, Otto Carlos Abreu. A empresa é uma das três maiores do mundo na construção de silos e equipamentos para armazenagem de grãos, com atuação em quase 30 países.

“É a única solução para o agronegócio continuar a crescer a passos largos no Brasil. Está havendo um incremento de 5 milhões de toneladas de grãos entre uma safra e outra e ninguém se preparou para isso”, diz. “O déficit de armazenagem hoje é em torno de 30% da produção, e se continuar nesse ritmo vai aumentar mais uns 15% a cada ano”, prevê.

A própria Kepler está sentindo isso na pele. O número de encomendas é tão grande que não há como atender a todos, mesmo com as três unidades – duas em Panambi (RS) e uma em Bauru (SP) – operando com capacidade máxima. Em 2003, a empresa deixou de faturar cerca R$ 344 milhões devido a pedidos recusados. Por isso, uma nova fábrica está sendo construída em Campo Grande (MT), e deve entrar em operação ainda este ano, somando-se às três já existentes. Será a fábrica de silos mais moderna do mundo, com capacidade para transformar 50 mil toneladas de aço anualmente – dobrando a capacidade atual.

Abreu apresentou ontem à imprensa, em Porto Alegre, as novas linhas de secadores e lavadores de grãos da empresa.