Os biocombustíveis estarão entre os temas centrais da visita bilateral do Primeiro Ministro da Índia Narendra Modi ao Brasil programada para o próximo mês de novembro.
A informação é da Agência UDOP, da União dos Produtores de Bioenergia (UDOP).
Narendra Modi foi reeleito em eleições realizadas no último mês de maio.
O presidente Jair Bolsonaro cumprimentou o primeiro ministro indiano pela recondução para mais um mandato, destacando que o Brasil e a Índia deverão fortalecer, ainda mais, suas relações comerciais.
Aproximação
Desde 2016 vem sendo intensificado um trabalho de aproximação entre os países sobre esse tema, que envolveu o recebimento de missões técnicas da Índia no Brasil.
Ademais, promoveu a realização de reuniões na Índia com integrantes do governo e do setor privado.
Além disso, houve também participação da Índia na Plataforma para o Biofuturo, iniciativa de 20 países para promover a bioeconomia sustentável de baixo carbono.
Porquanto, isso tudo contribuiu para elevar o interesse do governo indiano pelo potencial dos biocombustíveis, resultando numa nova política, lançada em 2018.
Ela busca reduzir a dependência de importações, promover o desenvolvimento rural e combater a mudança do clima.
20% de mistura
Com essa política, o governo indiano espera cumprir seu objetivo de chegar a 20% de mistura do etanol à gasolina.
Um efeito positivo adicional poderia ser a recuperação global dos preços de açúcar, ao dar nova destinação para o excedente de produção indiano.
Em efeito, hoje esse excedente é exportado de forma subsidiada.
Por sugestão da própria comitiva indiana que ajusta a visita, deverá ser assinado um memorando de entendimento entre os dois países.
Ademais, esse memorando deverá ser voltado para a área dos biocombustíveis.
Aliás, Renato Domith Godinho, do Itamaraty, destaca: “a Índia tem gigantesco potencial de mercado e de produção de biocombustíveis, principalmente etanol.”
Antes de tudo, Godinho é o Chefe da Divisão de Promoção de Energia do Itamaraty.
“[Esse potencial é] devido à sua enorme produção de cana. Se o programa de etanol e biogás deslanchar por lá, abrem-se inúmeras oportunidades e vantagens para os dois países, a começar pela disseminação da produção, passo para um mercado global de biocombustíveis.”
Mercado importante
A Índia pode vir a ser um mercado externo importante de biocombustíveis para o Brasil, segundo Godinho.
Por fim, ele destaca que isso poderia suprir deficiências sazonais de produção doméstica na Índia, e ajudá-la a cumprir sua política de mandato de mistura.
“Além das oportunidades que poderiam se abrir para consultoria, tecnologia, bens e serviços brasileiros relacionados à produção de cana, etanol e biogás”, finaliza.