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Novo leilão de biodiesel deverá ser em maio

Um novo leilão de biodiesel deve acontecer em maio. A expectativa, segundo diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, é que sejam comercializados 460 milhões de litros. No primeiro leilão, em novembro de 2005, foram vendidos 70 milhões de litros e no segundo, em março deste ano, 170 milhões.

O biodiesel pode ser produzido a partir de gorduras animais ou espécies vegetais como a mamona, o girassol, o babaçu e a soja. Uma lei aprovada em 2005 prevê a obrigatoriedade de adição de pelo menos 5% de biodiesel ao óleo diesel derivado de petróleo. O prazo para cumprimento da lei é de oito anos, sendo que já a partir de 2008 terá de ser adicionado um percentual de 2%.

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirma que a quantidade de biodiesel necessária para cumprir o determinado até 2008 deve ser grarantida. “Já temos praticamente a certeza de que os 800 milhões necessários para o B2 a partir de 2008 já estão assegurados”.

Segurança energética – O ministro afirma que os biocombustíveis são fundamentais para garantir ao país a segurança energética de longo prazo. As estimativas, segundo ele, são de que no prazo de cerca de 60 anos o petróleo, principal combustível fóssil existente no mundo, vá acabar.

A solução, defendeu o ministro, é estruturar a transição de combustíveis fósseis para os biocombustíveis. “O combustível verde pode ser olhado de uma forma metafórica, como as comunidades tendo um posto de petróleo ali, só que inesgotável”, afirmou. No Brasil, os destaques na área são o biodiesel, produzido a partir de oleaginosas, e o etanol, álcool produzido por meio da da cana-de-açúcar.

De acordo com o Coordenador Geral de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Alexandre Strapasson, um ponto positivo é atender a questões ambientais, principalmente ao Protocolo de Kyoto, que determina a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. Strapasson defende o uso do etanol por ser pouco poluente. Além disso, acrescenta o coordenador, os resíduos da cana-de-açúcar que resultam da produção do etanol podem ser utilizados como fertilizantes.

Revolução combustível – O Brasil é um dos principais países do mundo em potencial para a produção de biodiesel: as terras são produtivas, a mão de obra abundante e a mão de obra de ponta.

Uma das empresas nacionais que mais invente na produção do biodiesel é a Brasil Ecodiesel. “No futuro próximo, esse combustível substituirá o petróleo e provocará uma revolução no Brasil e no mundo”, diz o presidente do conselho da companhia, Jório Dauster, ex-embaixador e ex-presidente da Vale do Rio Doce.

Há dois anos, a Ecodiesel instalou uma unidade produtora em Floriano, no Piauí, com capacidade para fabricar 38 milhões de toneladas por ano de biodiesel a partir, principalmente, da mamoma. A empresa tem isenção fiscal do governo por investir no setor e já conta com a participação de 700 famílias de agricultores no programa, em uma área de 18 mil hectares.

Com unidades em mais 11 estados, apresentou recentemente um projeto para produzir 100 milhões de litros de biodiesel no Rio Grande do Sul. A intenção é investir R$ 20 milhões na planta que deverá ser instalada na cidade gaúcha de Rosário do Sul.

A Petrobrás também analisa a possibilidade de investir em usinas de biodiesel. No primeiro leilão de biodiesel realizado no Brasil pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), no ano passado, a Petrobrás comprou 100% dos 70 milhões de litros vendidos. Atualmente, existem no Brasil apenas cinco empresas habilitadas a processar o biodiesel.