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BNDES quer bancar usinas na América Central

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá financiar empresas brasileiras na produção de álcool na América Central. Durante seminário em Brasília, 11 países da região discutiram com representantes do governo brasileiro a possibilidade de cooperação técnica na produção e distribuição do etanol. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Brasil quer participar dos projetos, inclusive no financiamento.

“Nós estamos dispostos a, além de fornecer informações, participar ativamente do processo, elaborando projetos e inclusive estudando as possibilidades de financiamento. O BNDES, por exemplo, pode ajudar empresas do Brasil naqueles países” acredita Amorim.

O ministro falou ainda da necessidade de energia dos países da América Central. Amorim lembrou que muitos desses países não têm reservas de petróleo e enfrentam dificuldades para conseguir o combustível e que o etanol seria uma alternativa, não só para o abastecimento interno, como para a exportação.

“A melhor maneira de ajudar os países mais pobres é criar condições adequadas para o comércio. O futuro deles não é depender eternamente de preferências, mas sim encontrar alternativas de competitividade e tanto o etanol como o biodiesel têm esse potencial”, disse.

Para o representante da Guatemala, Carlos Ayeda, o financiamento deve ser cogitado por vários países. “Nenhum país quer protecionismo. Vamos desenvolver esse projeto com o mercado aberto e a participação de capital brasileiro deverá acontecer certamente”, afirmou.

Os países da América Central podem servir como escala para o álcool brasileiro com destino aos Estados Unidos. Isso já acontece na Jamaica, onde há uma destilaria brasileira que importa álcool do Brasil, modifica o produto na Jamaica e o revende para os EUA. Como a venda do produto brasileiro aos EUA diretamente é sobretaxada – 2,5% de impostos mais US$ 2,04 por litro – os exportadores se aproveitam de acordos preferenciais para exportar. No ano passado, foram exportados 133 mil litros de álcool para a Jamaica. Não se sabe quanto desse total foi repassado aos Estados Unidos.