O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse há pouco que não haverá uma reunião especial entre o governo, distribuidores, e revendedores de álcool para discutir as margens de lucro que estão sendo praticadas na comercialização do produto. Segundo o ministro, o governo mantém uma conversa permanente com esse segmentos dentro de uma estratégia mais ampla para o setor.
“Essa conversa sempre existiu. Eu não diria que haverá uma reunião especial para isso. Em uma conversa dessas, nós certamente vamos colocar o assunto na pauta”, disse o ministro. O encontro com distribuidores e revendedores foi anunciado na semana passada pelo Ministério da Agricultura e era esperado ainda para ainda esta semana.
A idéia inicial era buscar uma saída para os preços do álcool na bomba, que ainda não refletiram a queda obtida na usina com o acordo feito entre governo e produtores. Rondeau disse que o mercado de álcool é livre e que, portanto o governo não pode adotar nenhuma medida de pressão. “Não posso discutir margens de lucro. Quem vai regular é o mercado”, disse ele.
Segundo o ministro, o acordo do governo com os usineiros tem que ser visto do ponto de vista de uma política macro para o País. A preocupação do governo é não deixar o programa do álcool “derrapar de novo”, disse Rondeau. Ele lembrou que o primeiro Proálcool fracassou porque o preço do açúcar subiu muito e os produtores deixaram de produzir álcool para produzir açúcar.
Ao ser questionado se os segmentos de distribuição e revenda poderiam colaborar com essa política, Rondeau respondeu: “acho que tomando consciência disso, sim. Mas eu não vejo necessidade, neste momento, de utilizar qualquer mecanismo de pressão para esse tipo de controle.”
Segundo Rondeau, o preço do álcool cai naturalmente quando há aumento de produção. Como o período é de entressafra, os preços subiram. Ele lembrou, no entanto, que mos usineiros se comprometeram a antecipar a moagem da cana para março para aumentar a oferta de álcool.
A explicação do ministro para a alta do produto na bomba é a mesma do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Segundo eles,os distribuidores ainda trabalham com estoques antigos. “Houve uma compra grande em dezembro e eles estocaram. Agora, vão ter que se desfazer do estoque, mas o reflexo não é imediato. Vão ter que esperar algum tempo para colocar o novo preço na revendas.”