O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, acredita que a proposta dos países do G-20, grupo encabeçado pelo Brasil, poderá ser a mais aceitável durante a conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC), em dezembro, em Hong Kong. “O G-20 tem uma proposta intermediária ao liberalismo americano e ao conservadorismo da União Européia”, disse Rodrigues ontem durante o seminário “A Política Agrícola Brasileira no Contexto Internacional”, em São Paulo.
Segundo Rodrigues, é essencial que a próxima rodada tenha propostas concretas na área agrícola. “Temos que fazer valer as decisões da OMC no caso do algodão, contra a política dos EUA aos seus produtores, e no açúcar, movido contra a União Européia, para que nossas propostas sejam recebidas com maior credibilidade.”
Stefan Tangermann, diretor da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para Alimentação, Agricultura e Pesca, disse que há uma tendência dos países desenvolvidos de impor barreiras envolvendo meio ambiente. “Muitos fazendeiros de países desenvolvidos acreditam que o Brasil só é competitivo porque não tem regras rígidas de meio ambiente”, disse.
A OCDE está lançando um relatório sobre as políticas agrícolas do Brasil. O documento mostra que o Brasil fornece relativamente pouco subsídio, cerca de 3% do valor da produção agrícola no período 2002/2004 comparado à média de 30% nos países ricos, acima somente da Nova Zelândia, com 2%.
A OCDE calcula que o país ganhará US$ 1,7 bilhão por ano se a rodada de negociações na OMC cortar em 50% as tarifas e subsídios internos. O valor dobraria se não existissem subsídios.