Uma política para esse minério vai beneficiar os estados do Sul, os maiores produtores. O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse ontem que o Ministério de Minas e Energia (MME) está trabalhando para definir uma política para a utilização do carvão mineral brasileiro. Serão beneficiados os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, maiores produtores do minério no Brasil. “O Rio Grande do Sul é o estado que apresenta a melhor condição de exploração das reservas de carvão mineral por conta da maioria das suas jazidas se concentrar a céu aberto e já existir uma utilização bastante significativa desse energético”, disse Rondeau em entrevista às emissoras da Radiobrás.
O ministro destacou que a quantidade de carvão mineral existente no Rio Grande do Sul garantiria uma produção de energia elétrica equivalente a quatro usinas Itaipus durante quarenta anos e enfatizou que é preciso buscar fontes alternativas de energia principalmente em locais distantes, como a Amazônia, referindo-se ao Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). “Nesse programa estamos dando uma ênfase às fontes eólicas, às pequenas centrais hidrelétricas e à energia a partir da biomassa”.
O ministro explicou que o objetivo do Proinfa é diversificar a matriz energética brasileira, para que o país não dependa exclusivamente das hidrelétricas e também possa desenvolver as chamadas fontes limpas de energia. Rondeau lembrou que a energia eólica ainda não é utilizada com maior intensidade porque tem um custo elevado. Apesar disso, ressaltou que essa é uma energia importante como fonte complementar, assim como a luz solar.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o Proinfa promoverá a implantação de 3.300 MW de capacidade em instalações de energias alternativas cujo início de funcionamento está previsto para até 30 de dezembro de 2006. O governo garante que a Eletrobrás assegurará, por um período de 20 anos, a compra da energia produzida pelos empreendedores que se habilitarem no Proinfa.
“Não trabalhamos com hipótese de racionamento. Todas as medidas estão sendo tomadas no sentido de que fontes sejam colocadas em quantidade suficiente para que não venhamos a sofrer nenhum problema de continuidade de fornecimento”, afirmou o ministro referindo-se ao abastecimento de energia no País nos próximos anos.