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Rodrigues amplia prazo para setor reavaliar Consecana em SP

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, definiu, com a cadeia produtiva sucroalcooleira paulista, um prazo maior para que seja revisto o índice de índice do Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Consecana-SP), instrumento que define o preço pago ao produtor pela indústria. Há cerca de um mês, Rodrigues ameaçou intervir no processo de reforma do índice, em virtude do impasse entre fornecedores de cana e usineiros, e deu prazo até amanhã (15) para que houvesse um acerto.

Num acordo costurado ontem (13) com o setor e com a Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, Rodrigues concordou em ampliar o prazo para até o final de novembro para que novos estudos sobre o valor pago pela tonelada de cana-de-açúcar em São Paulo fossem feitos. O argumento de produtores e usineiros ao ministro foi que as empresas contratadas para reavaliar as propostas de reforma do Consecana-SP – a Fundação Vanzolini, da Universidade de São Paulo (USP), e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) – não teriam tempo para concluírem seus estudos até amanhã.

Rodrigues aceitou o pedido, desde que o valor acordado de reajuste do preço pago pela cana fosse retroativo ao início da safra 2005/2006, em maio, já que em novembro ela já estará encerrada em boa parte de São Paulo.

A reforma do Consecana-SP é discutida desde o início deste ano, as duas partes acertaram que iriam fazer estudos próprios e discutirem um possível acordo. Em junho, no entanto, surgiu o impasse que segue até agora: os empresários oferecem 6% de aumento no preço pago pela tonelada de cana, que é de cerca de R$ 27,00 e os produtores querem 16%, ambos a partir das avaliações feitas por suas consultorias.

Só que os empresários sustentam que a consultoria contratada por eles fez uma avaliação completa no setor, com um levantamento amplo de custos agrícolas e industriais, e não estão dispostos a ceder.

Já o presidente da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Manoel Ortolan, afirmou que novas reuniões, após os pareceres das duas fundações contratadas, irão ocorrer entre produtores e usineiros para que o impasse possa chegar ao fim. “Esperamos que saia um bom trabalho e que esse assunto seja resolvido o mais breve possível”, disse.