O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançará na Guatemala, na segunda-feira, um plano de estímulo aos investimentos de empresas brasileiras na América Central, que busca converter a região em uma plataforma de exportações de produtos brasileiros aos Estados Unidos.
Lula, que estará na Guatemala segunda e terça-feira, também assinará convênios de cooperação em áreas como segurança alimentar e combate à fome e à Aids, e de transferência de tecnologia e ajuda para desenvolver na América Central uma indústria de etanol, disseram na quinta-feira diplomatas brasileiros.
O presidente chegará à Guatemala com representantes de cerca de 35 empresas, em uma visita que incentivará as companhias brasileiras a se posicionarem para aproveitar as oportunidades abertas pelo tratado de livre-comércio entre Estados Unidos e América Central, acrescentaram os diplomatas.
“Podemos fazer da América Central uma espécie de plataforma exportadora para os Estados Unido e também para a União Européia”, afirmou a jornalistas Mario Vilalva, diretor do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores.
Vilalva disse que, com suas “regras de origem liberais”, o Cafta, que eliminará as tarifas para as exportações aos Estados Unidos de Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e República Dominicana, impulsionará o investimento de setores da indústria brasileira na América Central.
O diplomata mencionou que o Cafta abre oportunidades de negócios na América Central para setores como móveis, calçados, bebidas, siderurgia, sucos de frutas, têxteis, papel e farmacêutico.
Lula també se reunirá na Guatemala com chefes de Estado dos países do Sistema da Integração Centro-Americana (Sica) –formado por Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá, tendo a República Dominicada como associado.
O Brasil tem um grande superávit comercial em seu intercâmbio com a região, que em 2004 chegou a 1,36 bilhão de dólares, com um comércio total de 1,45 bilhão de dólares.
“A oferta de exportáveis do Sica é restrita. É difícil ver um aumento das vendas ao Brasil. Mas podemos compensar esse superávit com investimentos brasileiros”, acrescentou Vilalva.