Mercado

Rússia resiste a proposta brasileira

Os russos não atenderam todos os pedidos feitos pelo governo brasileiro para a abertura de seu mercado e exigirão novas negociações entre Brasília e Moscou. O Kremlin negocia sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC), e para isso precisa entrar em entendimentos comerciais com seus principais parceiros. No caso do Brasil, o Estado apurou que os obstáculos ainda estão nas carnes de frango, açúcar e aviões.

Em julho, o Brasil fez uma nova tentativa de aproximar as posições dos dois governos e fez uma série de propostas. Em carta obtida pelo Estado, enviada pelo negociador russo Maxim Medvedkov ao subsecretário de Assuntos Econômicos do Itamaraty, Clodoaldo Hugueney, os russos respondem que podem aceitar uma parcela das idéias do País, mas se recusam a flexibilizar em alguns pontos-chave.

Um deles é a carne de frango. O Brasil quer que os russos adotem cotas para o produto nacional com base no que o País exportou entre 2003 e 2005. Mas Moscou afirma que já usou como base os anos de 1999 e 2001 e que esse período também foi usado para os demais países, como EUA, Europa e Tailândia. Para a Rússia, reabrir esse ponto significaria “atrasar a entrada na OMC em anos”.

Na questão do açúcar, os russos não aceitam dar um desconto de 25% na tarifa aplicada à importação do produto brasileiro, como pediu o Itamaraty. Essa redução geraria uma queda da rentabilidade do produtor local de 10%.

Para concluir, Moscou atendeu apenas parcialmente o pedido para facilitar a entrada de jatos brasileiros no mercado russo, o que também não teria agradado a Embraer. Nova reunião entre brasileiros e russos deve ocorrer nas próximas semanas.