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“Quem torce para o fracasso vai quebrar a cara”, diz Lula

De volta ao Brasil depois de uma viagem de uma semana à Coréia do Sul e ao Japão, quando o cenário da crise política se instalou no país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou seu programa quinzenal de rádio para dar um recado aos críticos de seu governo.

“Voltei com mais gás, voltei muito mais otimista, voltei achando que quem estiver torcendo para o fracasso do Brasil vai quebrar a cara. Pode ficar certo que vai quebrar a cara. Pode ficar certo que vai quebrar a cara”, afirmou Lula nesta segunda-feira no programa Café com o Presidente.

E ainda mandou recado aos políticos: “Não existe espaço para política menor nesse país”.

Afirmando ter encerrado um ciclo “extraordinário” da política externa com a viagem à Ásia, o presidente declarou-se animado e otimista. “O país está tendo uma oportunidade histórica e eu quero dar a minha contribuição para que o Brasil se transforme definitivamente numa economia altamente desenvolvida”, disse.

Enquanto a economia confere otimismo a Lula, a política interna apresenta um cenário instável. Com uma base parlamentar precária no Congresso, o governo do PT tem sofrido sucessivas derrotas que culminaram com a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios pedida pela oposição e concretizada com o apoio de governistas.

NEGÓCIOS

Interessado em divulgar o resultado da viagem, Lula citou dados da balança comercial com os dois países e áreas da economia em que o Brasil tem potencial exportador, como a produção de álcool combustível.

“Nós temos uma balança comercial com o Japão da ordem de 5,6 bilhões de dólares e de 3,2 bilhões de dólares com a Coréia. Nós achamos que, pelo potencial do Brasil e pelo potencial dos dois países, poderemos ter uma balança comercial muito mais produtiva.”

Lula afirmou, ainda, que o banco de desenvolvimento do Japão, espécie de BNDES daquele país, irá instalar uma agência no Brasil para facilitar investimentos.

“Eles precisavam saber que o Brasil não é apenas produtor de soja, ou de café, ou de milho, ou de algodão ou de açúcar ou de álcool. Não, eles precisavam saber que o Brasil produz coisas de alto valor agregado, como por exemplo na indústria aeroespacial”, argumentou.