A Usina Caeté S. A., com sede em Maceió (AL) e controladora de quatro unidades produtoras, encerrou o exercício social de 15 meses entre 01/01/2015 a 31/03/2016 com prejuízo líquido de R$ 215 milhões.
No exercício anterior, que contou com 12 meses, o resultado líquido foi de negativos R$ 47 milhões.
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O Portal JornalCana apresenta a seguir informações com ilustrações com 5 resultados financeiros e operacionais da safra de cana-de-açúcar 2015/16 da Usina Caeté, pertencente ao tradicional Grupo Carlos Lyra.
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Desempenho operacional
Atualmente, as quatro unidades produtoras da Usina Caeté S. A. têm capacidade instalada de processamento de 7,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, sendo 60% de cana de produção própria e 40% de cana de fornecedores.
No exercício da safra 15/16, de 15 meses, o processamento de cana chegou a 8,7 milhões de toneladas. Desse volume, 4,9 milhões de toneladas são de produção própria e 3,8 milhões de toneladas adquiridas de fornecedores.
No período encerrado em 31/03/2016, as unidades produziram 485,8 mil toneladas de açúcar, 357,2 milhões de litros de etanol e 34,7 mil megawatts-hora (MWh) de eletricidade cogerada da biomassa da cana.
Confira dados da produção das usinas do grupo:
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Desempenho econômico e financeiro
Receita líquida no período entre 01/01/2015 a 31/03/2016: R$ 1,2 bilhão. Desse montante, 63% foram destinados para o mercado interno e o restante para o mercado externo.
Na linha de produto, a receita líquida com açúcar alcançou R$ 511,8 milhões, enquanto o etanol gerou R$ 530 milhões, e outros R$ 38,6 milhões foram apurados com energia elétrica.
A companhia sucroenergética também registrou receita líquida de R$ 100,9 milhões com a produção e venda de melaço para ração animal, bagaço, serviços e materiais diversos.
Confira os principais indicadores operacionais e o mix de produção:
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Demonstrações dos resultados
Custos dos Produtos Vendidos (CPV): totalizou R$ 873,6 milhões no período, com margem de 74% sobre as vendas líquidas. As amortizações dos gastos para o CAPEX e os aumentos dos custos unitários de insumos foram parcialmente compensados pela variação positiva do valor justo do ativo biológico.
Despesas com vendas:
Totalizaram R$ 30,2 milhões, em redução de 15,9% na comparação com o exercício anterior, impactada sobretudo pela redução da exportação, influenciando na diminuição dos custos com logística e gastos com exportação.
Despesas gerais administrativa:
Totalizaram R$ 60,6 milhões, com redução de 9,1% no custo de mão de obra, em reflexo das políticas de automação de processos e procedimentos operacionais.
Resultado financeiro:
O resultado financeiro foi uma despesa de R$ 352 milhões, fortemente impactada pela variação cambial observada no exercício. A variação cambial líquida registrou R$ 127,5 milhões negativos, resultado da depreciação do Real em relação ao dólar sobre a parcela dos ativos e passivos denominados em dólar.
Excluindo-se os efeitos da variação cambial, o resultado financeiro foi negativo em R$ 224,5 milhões, alta de 86,7% sobre o ano anterior motivada principalmente pelo aumento das despesas com juros e operações com instrumentos derivativos.
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Geração operacional de caixa (EBITDA)
Medida não contábil usada pela empresa, o EBTIDA serve como indicador de desempenho, sendo acompanhado habitualmente pelo mercado.
A geração operacional de caixa medida pelo EBITDA atingiu no período a margem de 28,3%, ante 35,8% no exercício anterior. O desempenho foi afetado principalmente pela depreciação do Real diante o dólar, o aumento das despesas com juros, operações com instrumentos derivativos e provisão para perdas em investimentos.
Confira a composição do EBTIDA:
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Endividamento
No exercício a companhia aumento sua dívida líquida em 15%, em relação às DFs de 2014, totalizando R$ 801,5 milhões. O principal fator para o aumento da dívida foi o impacto da desvalorização do Real frente ao dólar sobre a parcela da dívida denominada pela moeda norte-americana.
No exercício a dívida representou 2,9 vezes o EBITDA, contra 2,5 vezes registradas no fim de 2014. Outro dado relevante é a relação dívida por tonelada de cana moída que, no ano, registrou R$ 91,71 contra R$ 106,21 no período anterior.
Mais sobre cada uma das unidades da Usina Caeté S. A.
- Usina Caeté S. A.
Localização: São Miguel dos Campos (AL)
Primeira unidade industrial adquirida pelo Grupo Carlos Lyra em 1965.
A lavoura canavieira da Usina Caeté S/A possui tecnologias de produção a colheita mecanizada, com as estações de transbordo, sistemas lineares de irrigação, fertirrigação com vinhaça/caminhão, desde 1993, além de um sistema de manejo de solo.
- Unidade Marituba
Localização: Igreja Nova (AL)
A Unidade Marituba foi idealizada e projetada em 1979 pelo Grupo Carlos Lyra. Na década de 90, com a construção da barragem Salvador Lyra, uma das maiores do Nordeste, a unidade viabilizou a implantação de técnicas de irrigação, utilizando sistemas lineares, o que se refletiu num ganho de produtividade para a unidade industrial.
- Unidade Cachoeira
Localização: Maceió (AL)
Adquirida em 1986, a unidade é a única empresa do setor sucroalcooleiro localizada no município de Maceió. Nas plantações de cana da Cachoeira se destacam as carregadeiras Bell, que proporcionam melhor desempenho nas colheitas em regiões de encostas.
Nessa unidade industrial funciona, desde 2006, o primeiro Centro Operacional Integrado (COI) do Nordeste, onde são gerenciados e monitorados todos os setores da usina através de um sistema de comunicação que utiliza fibras óticas.
- Unidade Paulicéia
Localização: Paulicéia (SP)
A unidade é implantada desde 2007 no Oeste Paulista, uma região promissora e de grande potencial para este tipo de atividade.