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43% dos fertilizantes estão fora de padrão

Pelo menos 43% dos fertilizantes adquiridos por produtores de grãos de Mato Grosso na safra 2011/12 estavam fora de padrão, com algum tipo de irregularidade.

Os dados são da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e de Milho do Estado de Mato Grosso). “Não questionamos preços dos insumos, mas não abrimos mão da qualidade”, diz Naildo Lopes, da Comissão de Gestão de Produção da entidade.

Os produtores de Mato Grosso também se queixam da qualidade de parte das sementes de milho recebidas.

Segundo a entidade, de 2% a 5% do total de sementes de milho entregues nesta safra eram de “má qualidade”, tiveram atraso na entrega, foram trocadas ou canceladas.

Considerando uma média de 3% da semente de milho com problema de germinação, pelo menos 75 mil hectares -dos 2,5 milhões semeados- foram afetados.

Com uma produtividade média de 70 sacas por hectare, os produtores deixaram de colher 5,2 milhões de sacas. “Prejuízo de R$ 84 milhões, se considerado o valor de R$ 16 por saca”, diz Lopes.

O percentual máximo de irregularidades nos fertilizantes tolerado pelo Ministério da Agricultura é de 10% das entregas das indústrias, o que representa 500 mil toneladas do consumo de Mato Grosso.

Para Lopes, o alto percentual de irregularidades potencializa perdas. “O prejuízo é grande quando se considera que o produtor pagou US$ 400 por tonelada”, diz.

A Aprosoja propõe maior e mais ágil fiscalização do Ministério da Agricultura. O estudo, que considerou 79 amostras, foi apresentado ontem ao ministro Mendes Ribeiro, que, segundo a Aprosoja, prometeu ampliar a fiscalização. Oficialmente, o ministério não se pronunciou.

Outro lado

A Associação Brasileira de Sementes (Abrasem) admite que pode ter ocorrido, em momentos pontuais, escassez de sementes de alta tecnologia, por causa do forte aumento de demanda.

“Mas é difícil validar a informação da Aprosoja de baixa qualidade das sementes diante do ganho de produtividade de 11% na safra de milho do Estado”, diz Paulo Campante, da Abrasem.

Carlos Eduardo Florence, diretor da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA), também diz que, se os adubos entregues no Brasil estivessem fora do padrão, “não teríamos a produtividade que o país tem hoje”.

Ele questionou a qualidade do estudo. “Não sabemos quem fez a coleta das amostras e a análise. Os dados da Aprosoja não batem com os do ministério, que mostram irregularidade desprezível para efeito estatístico”, diz.

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