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3 desafios para o novo presidente da Petrobras Biocombustíveis

O engenheiro químico Luiz Fernando Marinho Nunes já ocupa a presidência da Petrobras Biocombustíveis (PBio), subsidiária de biocombustíveis da estatal petrolífera. Ele assumiu o cargo este mês, sem qualquer comunicado oficial feito pela empresa.
Não houve cerimônias e nem há tempo para festas. Nunes tem pelo menos 3 grandes desafios pela frente, relacionados às companhias sucroenergéticas Guarani, São Martinho e a Turdus, das quais a PBio é sócia. 190120153

Nunes, então gerente-geral de Desenvolvimento de Projetos Petroquímicos da Petrobras, sucede Alberto Oliveira Fontes Júnior, que estava na presidência desde 14 de março de 2014.
Em sua curta gestão, Fontes Júnior conduziu a PBio em meio aos escândalos de corrupção que afetaram – e afetam – a ‘mãe’ Petrobras.
Fora os escândalos da estatal, que também danificaram as condições financeiras da subsidiária, o então presidente sentiu na pele os problemas que o etanol enfrentou graças aos anos de manutenção artificial do preço da gasolina, estratégia política para reeleger a presidente Dilma Rousseff que dissecou a remuneração do biocombustível.
O químico Nunes assume a PBio ainda refém dos problemas financeiros acumulados, mas tem 3 desafios que fazem fila e não tem tempo de espera.
Boa Vista, uma das usinas de cana da qual a PBio é sócia
Boa Vista, uma das usinas de cana da qual a PBio é sócia

1

A PBio tem até o sábado (31/10) para pagar finais R$ 260 milhões para a francesa Tereos Internacional, controladora da Guarani, e aumentar sua participação para 45,7% do capital social. Isso está previsto em acordo feito em 2010, quando a subsidiária da Petrobras entrou no capital da Guarani com 26%. A Guarani opera hoje sete usinas sucroenergéticas.
A PBio tem os R$ 260 milhões? Há 15 dias, o Portal JornalCana pede informações a respeito para a assessoria de imprensa da Petrobras. Na tarde de terça-feira (27/10), por telefone, a assessoria disse já ter feito a solicitação e aguardava resposta.

2

Dona de 49% da joint venture Nova Fronteira, da qual a companhia sucroenergética São Martinho detém 51%, a PBio controla a usina de cana-de-açúcar Boa Vista, em Quirinópolis (GO), uma das mais modernas do país, com colheita 100% mecanizada e tem capacidade de processar 4,5 milhões de toneladas de cana por safra. Em, 2011, quando foram anunciados investimentos de R$ 530 milhões na unidade, a expectativa era de que a capacidade de moagem chegasse a 8 milhões de toneladas. A pressão sobre o novo presidente da PBio não é apenas manter os aportes, mas viabilizar o escoamento de tanta produção de etanol, uma vez que a Boa Vista está localizada próxima ao alcoolduto em implantação pela Logum, empresa que tem 20% do controle nas mãos da Petrobras e 10% com a Uniduto (que representa mais de 80 usinas). O alcoolduto, no entanto, sofre uma série de atrasos por conta da crise econômica do País.

3

Inaugurada em 2010, a Usina Bambuí, na cidade mineira de mesmo nome, opera com alto índice de ociosidade. Conforme reportagem do jornal Valor, a usina deve fechar a safra 15/16 com moagem de 1,3 milhão de tonelada de cana, em apenas 48% da capacidade instaladas. Sócia da Bambuí com a Turdus Participações, dona de 60% das ações, a PBio tem a necessidade urgente de adotar medidas para ampliar a produção da Bambuí. Até porque o próprio mercado consumidor de etanol de Minas Gerais cresceu em 100% o consumo do biocombustível por conta da redução do ICMS sobre o produto. Ou seja: é época de faturar com a venda de etanol, ganho que a Bambuí até o momento não embolsou.

Quem é Luiz Fernando Marinho Nunes

Ele é formado em Engenharia Química pela Escola de Química da UFRJ, com extensão em Engenharia de Processamento Petroquímico da Petrobras e MBA em Finanças pela Coppead em 2000.
Iniciou sua carreira na Gerência Técnica da Petroquisa. Foi Diretor Comercial da Copenor, tendo ocupado anteriormente a Diretoria das seguintes empresas: Petrocoque, Petroflex, Copesul, Ciquine, Polialden e Deten. Também passou pelo Conselho de Administração da Copene, Petroquímica Triunfo, Politeno e Deten.

 

Contatos com o autor deste texto: delcymack@procana.com.br

 

 

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