Das moendas dos engenhos para os laboratórios de processamento de hidrogênio, a forma de lidar com a cana-de-açúcar, cujas propriedades permanecem as mesmas, se reinventou e hoje se apresenta com potencial para ser a principal protagonista no processo de descarbonização do planeta.
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O grande desafio no entanto, é difundir todo esse potencial, ganhar o mundo e dar início a próxima Revolução da Bioenergia, como proposto pela 22ª edição da Conferência Internacional DATAGRO Sobre Açúcar e Etanol, cuja abertura foi realizada nesta segunda feira, no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo – SP e prossegue até essa terça-feira (25), com debates que destacam os novos mercados para o etanol e o biometano para transportes rodoviários, marítimos e aéreos em painéis que abordam mobilidade sustentável e o uso de etanol na produção de hidrogênio e eletricidade.
Quando o assunto é descarbonização, o Brasil está à frente das principais potências globais, graças, sobretudo, ao setor sucroenergético. “O Brasil está indo na direção correta, a mais renovável dentre as 10 principais economias do mundo”, disse o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari.
Na mesma linha seguiu o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, que participando de forma virtual do evento destacou a sustentabilidade da bioenergia gerada pelo agronegócio brasileiro pioneiro na certificação do mercado de carbono com o RenovaBio, cujas discussões relativas à sua modernização deverão se intensificar a partir do próximo ano.
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O presidente da Frente Parlamentar de Valorização do Setor Sucroenergético, deputado Arnaldo Jardim, disse “estar aberto” a discutir “proposta para melhorar” o programa RenovaBio e discutir novos instrumentos.
Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, propôs uma série de alterações – entre elas a inclusão de outros créditos verdes nas políticas – que diminuiria o papel dos Créditos de Descarbonização (CBIOs) no programa.
Jardim apontou também que a Frente também visa ações para aprovação de projeto que altera as regras de licenciamento ambiental e o que flexibiliza liberação de agrotóxicos. Segundo o deputado, o segmento vê neste projeto a possibilidade de ampliar os investimentos em irrigação, permitindo reter mais água em represas, açudes e barragens.
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Para João Paulo Capobianco, diretor da Metra e vice-presidente do Instituto Democracia e Sustentabilidade e palestrante do primeiro painel do evento que tratou sobre “Metas de Descarbonização e Acordos Internacionais”, o Brasil é a maior potência ambiental do planeta Terra. Segundo Capobianco, o país pode seguir uma trajetória de ser um país que sequestra mais carbono do que emite, com essa agricultura pujante, com capacidade técnica, científica e institucional para fazer a transição.
A cerimônia de abertura da 22a. Conferência Internacional DATAGRO sobre açúcar e etanol contou ainda com as presenças do Secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Francisco Matturro; do deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar da Agricultura do Estado de São Paulo, Itamar Borges; do deputado federal Zé Vitor; e dos dirigentes Mário Campos, presidente do Fórum Nacional do Setor Sucroenergético; Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica); Gustavo Rattes, presidente da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana); Pedro Robério de Melo Nogueira, presidente do SINDAÇÚCAR-AL e Tereza Vendramini, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB).